COLUNA MARCELO STORCK 03/02/2022
Alesc

O deputado Moacir Sopelsa (MDB) foi eleito ontem (2) por unanimidade como presidente da Alesc para o mandato que vai até 31 de janeiro de 2023. A eleição para presidente teve candidato único, mas para vice-presidente houve a disputa caseira entre os deputados Mauricio Eskudlark e Marcius Machado, ambos do PL. Eskudlark foi escolhido 1º vice-presidente da casa, por 31 votos a 7. Climão SC há tempos tá num calorão. E mais essa disputa do vice levou aquele “climão” para dentro o partido que indicou Marcius Machado. O líder do partido na Alesc, deputado Ivan Naatz, foi quem colocou o nome de Marcius na disputa. “Em nome do Partido Liberal, a liderança e os deputados por sua maioria do PL”, destacou. Eskudlark lançou candidatura avulsa e com a maioria acabou eleito. Faíscas

Os dois lados alegam quebra de acordo. Machado destacou que “Quando da eleição no ano passado foi feito um acordo que a vice-presidência era do PL. Nilso Berlanda assumiu presidente e o MDB indicou Mauro de Nadal". Na inversão deste ano, segundo Machado um acordo interno o colocaria na função. "A vice-presidência é do partido e o partido indicou o meu nome”, completou.
Posição Para Mauricio Eskudlark, quem não cumpriu o acordo foi Marcius Machado. Para embasar, citou que o colega já teria causado divergências quando foi composta a chapa Mauro de Nadal e Nilso Berlanda. “A eleição desde o primeiro momento seria o deputado Sopelsa conosco [Eskudlark], no segundo ano, e no primeiro ano, o deputado Mauro e Berlanda. Na eleição do Berlanda, o deputado Marcius entendeu que era a vez dele, que era o mais votado do partido. Agora de novo tivemos esse problema”, respondeu o novo primeiro vice-presidente da Alesc.
Embates Natural em tempos de eleição discussões de todo o tipo. Até internas como essa que acabamos de ver. Faz parte do processo tanto quanto aquelas que envolvem o cenário federal e das quais todos devemos participar. Tomar parte mesmo, mas sempre que diante do respeito e longe das imposições. Isso é democracia.
Direto Por termos publicado ontem (2) resultados de duas pesquisas que mostram um cenário favorável para o candidato do PT, o ex presidente e ex presidiário Luiz Inácio Lula da Silva, o A2 Portal foi rotulado de “torcedor de Lula”. Até esse momento, o Portal não torce para ninguém a não ser para a democracia. Se algo mudar, continuará torcendo para a democracia e vai informar se todo time posiciona. As análises são de responsabilidade de terceiros, estudo devidamente registrado. Nós trazemos informação.
E eu? Nesses 33 anos de jornalismo que completarei em outubro de 2022 escrevi muito. Tenho consciência (de orgulho) de minha produtividade em minha carreira que inclui muitas influências. Fui o único a assumir publicamente meu posicionamento, enquanto jornalista e quando este jornal se posicionou partidariamente, para que isso se demonstrasse transparente ao leitor “seja de que lado estivesse”. Hoje, enquanto o A2 permanece intocável (e se por acaso posicionar, novamente você será informado), eu, enquanto político, continuo filiado ao PL como integrante do centro.
Não significa Tal qual o debate dos dois deputados catarinenses do PL, isso não significa dizer que eu não esteja descontente com algumas apostas que fiz dentro dos caminhos de minhas ideologias. Descontente e decepcionado, mesmo sabendo que era o melhor a ter sido feito. Ou, único caminho. Mas o conhecimento é o resultado líquido e certo que se tem ao participar da política.
Nem isso
Tampouco significa dizer que “torço” para oposicionistas do que eu entendo deveria ser um movimento de direita unificado. Não fomos nós (eu e o A2) que produzimos pesquisas eleitorais e as registramos, tampouco, fomos nós que colocamos Bolsonaro e Moro em rota de colisão, por exemplo. Como municipalista que sou, vimos o que ocorreu quando a oposição de tripartiu. Serve a lição.
Segue Segue o barco. Acho realmente bacana quando “se discute” política. Melhor se, para isso, nós conseguirmos deixar as paixões. Hoje, vejo que muitos amigos da direita sofrem do mesmo mal que sofriam meus amigos de esquerda (sim, tenho vários amigos dessa ala ideológica) quando Lula despencou. Essa dificuldade em reconhecer que nem tudo foi acertado é natural de quem busca manter discursos.
Dilmices
Reconhecer que é preciso mudar de opinião, mesmo que parcialmente, não é se contradizer. É maturidade. É abrir espaço para uma evolução natural. E, por fim, o mais importante, diria a filósofa Dilma Roussef (dá pra escrever sobre ela?...): “Mudar não significa repetir. E se não dá para mudar nem repetir, que se mantenha”. É por aí.
Mudar Isso sim precisa mudar. Aliás, não sei porque vou escrever novamente, já apresentei propostas até enquanto vereador em 2021 para melhorarmos o trânsito no entorno da nova ponte de União da Vitória. Como não sei se retorno à Câmara um dia – e mesmo que retorne, não sei se adiantaria em algo com relação “a mais essa indicação” ao setor de trânsito eu desenho uma sugestão para o entorno do shopping. Tornar sentido binário e mão únicas as passagens de níveis. Evita filas, organiza, libera o fluxo e dá mais segurança. Mas, enfim. Hoje (3) mais um acidente ali. Não que tenha sido culpa do sistema, mas um trânsito mais bem organizado ajuda a reduzir índices de acidentes. (É só uma sugestão, viu?).

Entendo Eu entendo que essa dificuldade em promover uma reorganização do sistema local com olhar intermunicipal está atrelada ao temor pelos embates. Desgaste mesmo. Ou, como queiram, perda de votos. Isso se ocorre se olhamos de modo individualizado para nossa sociedade. "Não mexe ali porque siclano é influente e não vai gostar. Não mexe lá porque fulano me apoia e tem interesse que fique assim". Se entendermos que, tal qual a iluminação pública, o trânsito é de todos e para todos, essa cultura pode começar a mudar. Se pôr no lugar do outro, mas com olhar para a coletividade. Quem sabe um dia.