Daniel Conceição: das Gêmeas do Iguaçu para os gramados como árbitro de futebol profissional
Por Marcelo Storck Jornalista DRT 8108

O união-vitoriense Daniel Vitor da Conceição corre pelos gramados do futebol profissional. Todavia, não mais atrás da bola como faz todo jovem - e ele também fez - que sonha em vencer na vida com essa paixão chamada futebol. Essa coisa "de brigar pela bola", hoje, é função daqueles aos quais Daniel fiscaliza diante do sentido oposto, justamente: o necessário cumprimento das regras do esporte. Sim. União da Vitória (PR) tem um árbitro de futebol profissional.
Mas... Como que para reforçar as situações particulares de se viver nas Cidades Irmãs, sua carreira começou no lado catarinense dos trilhos: atualmente ele é árbitro da Federação Catarinense de Futebol (FCF), filiado à Liga Desportiva de Bombinhas (SC).
“Residi em União da Vitória até 2019, quando me mudei para Barra Velha (SC) com o objetivo de buscar oportunidades na arbitragem”, disse Daniel ao A2. Mas ele reconhece que sua posição profissional de hoje começou “como um fiscalizado” (já que essa foi a definição que eu usei no parágrafo inicial), inclusive dentro de casa: “Dos 15 até os 18 anos eu joguei futebol de base e profissional por algumas equipes do Estado”, explicou. Pois é. Se você, leitor que não é tão próximo do Daniel está achando familiar esse rosto, é isso mesmo: ele é filho Cláudia Regina Scheibe da Conceição e de Antônio da Conceição, o nosso Toninho Paraná, que igualmente faz honrada trajetória no futebol desde os tempos do Iguaçu, como jogador, e agora no Porto FC como dirigente.

Daniel com seus pais, Cláudia e Toninho. Aos 19 anos, Daniel serviu ao Exército Brasileiro no 5º BECmb e, nesse mesmo ano, teve a oportunidade para começar no apito por meio de uma indicação do árbitro local, Alceu Rodrigues, o Pneu.
“Ele me convidou para arbitrar os jogos escolares de Porto União. Aí em diante trabalhei em diversas competições” explicou.
Então, vieram suas participações no jogos do Cascudão, Futebol 7 da DME no Campo do Escurinho, Campeonato Varzeano, Campeonato do Interior, Campeonato em Paula Freitas, Paulo Frontin, General Carneiro, Cruz Machado representando a ASAUVA, entidade que agrega os profissionais do apito da região.
Em 2018, Daniel fez o curso de arbitragem de futebol de campo pela FCF realizado em Balneário Camboriú (SC). O curso teve duração de seis meses entre trabalhos teóricos, físicos e práticos. “Inicialmente na Liga de Itajaí, fiz meus primeiros jogos na federação como quarto árbitro em jogos das categorias de base, e no primeiro ano apitei um jogo do Catarinense sub-15 entre Brusque e Avaí”.
Uma pausa. Vale lembrar que em 2020 com a pandemia não houve jogos.

Apito soando, bola rolando, em 2021 ele foi convocado para a pré-temporada da arbitragem do Campeonato Catarinense Série B. E apitou seis partidas, sendo elas três jogos da Copa Santa Catarina Sub 15, dois jogos Campeonato Catarinense Série A Sub-17 e um jogo Campeonato Catarinense Série C profissional.
Daniel esteve presente como árbitro da semifinal Avaí x Hercílio luz (Sub17) na final de campeonato Avaí e Chapecoense (Sub-15). Agora, em 2022, atuou como quarto árbitro na partida entre Barra e Figueirense pelo Catarinense Série A. Mas não pense que é só ter fôlego para assoprar não. Ser árbitro profissional requer uma série de condições, entre as quais o preparo físico. Tudo bem que não precisa ser Anderson Daronco, árbitro de futebol dos quadros da CBF com quem Daniel está na foto durante o teste físico de aptidão, em 2021.
E para coroar essa história de vitória nos gramados, sem mesmo estar disputando resultados, aos 24 anos de idade ele acaba de ser convocado pela FCF para participar do treinamento para árbitros promissores do estado de Santa Catarina, que ocorre entre os dias 18 e 26 de março. Chegamos quase ao final da reportagem. Apenas falta dizer que nas Gêmeas do Iguaçu, além dessa coisa do "lado dos trilhos", temos mais essa particularidade: agora , por aqui, também se torce pelo árbitro! Sucesso, Daniel!


