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Mostra de marchetaria homenageia memória de Gilberto Martines Carrer



A Associação de Artesãos do Porto inaugurou sábado (18) homenagem à memória de Gilberto Carrer, membro falecido em 31 de dezembro de 2022.


A mostra permanecerá até até 22 de abril horário de funcionamento a loja, localizada no Armazém I da Estação Ferroviária. "Para outros horários é preciso agendamento", destaca a presidente da associação, Raquel Berenice Storck.

No local há várias peças de arte do autor, inclusive para aquisição. São quadros em marchetaria e outras artes em madeira.

Gilberto Martines Carrer

No dia 26 de outubro de 1955, em São Paulo, capital, no bairro do Ipiranga nasceu Gilberto Martines Carrer, filho de Nilza e Flávio. Passou parte de sua infância no Ipiranga, mas a família logo se mudou para a cidade de São Bernardo do Campo, também no estado de São Paulo... Menino sonhador, de alma leve e coração alegre, desde pequeno já mostrava que nasceu para ser luz! Quando jovem, de tão alto que eram os seus sonhos, estudou e tirou o brevê, tornando-se piloto de avião. Voar sempre foi uma de suas grandes paixões.

Porém, esse seu amor por voar causava muita preocupação em sua mãe que lhe pediu que desistisse da profissão. Assim fez e por amor, aterrizou seu sonho de ser piloto. Dono de uma sensibilidade ímpar, Gilberto desde cedo já dava sinais do seu amor pela arte. Se formou em violão clássico e tocava lindamente!


A música também embalou muitos de seus sonhos! Gilberto sempre foi muito alegre e dono de uma gargalhada contagiante! Falante, adorava conversar e contar suas histórias. Sua presença por qualquer local jamais passava despercebida. Tinha presença marcante e com sua energia brilhante sempre se tornava o centro das atenções por onde passasse. Estudioso e espiritualizado, Gilberto fez parte da Maçonaria, onde chegou ao posto máximo de Venerável de grau 33.


A luz de sua alma era enorme, talvez vinda de sua mediunidade. Gilberto, desde menino herdou esse dom de sua mãe, Nilza. Era médium de incorporação e assim pode, juntamente com os guias da corrente médica celestial e do Dr José Plínio de Alencar, ajudar muitas pessoas a se curarem de várias doenças. Trabalhou por anos a serviço da luz em sessões espíritas ao lado de sua amorosa mãe. Por ter um espírito livre, Gilberto sempre foi empreendedor. Seu primeiro negócio próprio foi uma loja de consertos de eletroeletrônicos e eletrodomésticos em São Bernardo do Campo. Um ano depois, transferiu essa sua loja para a cidade de Itanhaém, no litoral sul de São Paulo, onde seus pais já estavam morando...


Seu pai, Flávio, estava trabalhando em uma marcenaria, profissão que aprendera com seu sogro, Daniel, que era carpinteiro. Então, pouco tempo depois de ter se mudado para Itanhaém, Gilberto decidiu fechar sua loja de elétrica e montar uma marcenaria em sociedade com seu pai, aprendendo alí, a profissão de Marceneiro. A Marcenaria Carrer fazia lindos móveis planejados. Gilberto tinha muita facilidade em trabalhar com madeira, que desde então se tornou sua mais duradoura paixão. Certamente, herdou esse amor pela madeira de seu Avô materno, Daniel. Certo dia, na Marcenaria Carrer, apareceu um pedido diferente. Uma cliente fez a encomenda de um buffet trabalhado em pátina.


Gilberto não fazia ideia do que era pátina, mas para não perder a cliente, disse que fazia e pegou o serviço. Como Gilberto sempre foi autodidata, foi atras de pesquisar sobre pátina e aprender como se faz... Em poucos dias, o buffet em pátina estava pronto e com acabamento e técnica impecáveis! Nesse dia, Gilberto começou a perceber que não era apenas um marceneiro, mas sim um artista! Casou-se duas vezes. Com sua primeira esposa, Cinira, teve sua primeira filha, Paula. Anos depois, resolveu mudar-se para o Sul, na cidade de Porto União onde conheceu Rosane, sua segunda esposa e companheira de muitos anos. Sua “morena” que esteve ao seu lado até o fim! Com ela teve seu segundo filho, Pedro.


Gilberto sempre foi um pai amoroso e dedicado. Carinhoso, cuidadoso e dono do abraço mais gostoso que um filho pode ter... A madeira sempre esteve presente em sua vida, e morando no Sul, não poderia ser diferente! Teve mais duas tentativas de empreender no ramo de esquadrias de madeira, mas infelizmente essas empresas não derem certo. Mas, nada acontece por acaso. Deus escreve certo por linhas tortas. O destino de Gilberto era realmente se expressar através da arte e sua relação com a madeira definitivamente não era como marceneiro ou empresário, mas sim como artesão, transformando a madeira em obras de arte! Descobriu então a Marchetaria, estudou e aprendeu mais essa arte de forma autodidata.


Era muito esforçado, estudioso e extremamente caprichoso e perfeccionista! Suas peças não transmitiam apenas beleza, mas sim todo o seu amor pela madeira. Ah a madeira... parceira de toda sua vida. Através da madeira, Gilberto pode expressar toda a beleza que transbordava de seu coração e de sua alma de artista! O céu deve estar em festa! Por aqui, nos resta a saudade deixada por sua partida, a gratidão pelos anos em sua companhia e também as suas obras de arte, onde podemos comtemplar uma parte de todo o seu amor!


GILBERTO MARTINES CARRER

26/10/1955 31/12/2022

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