"Pena de até 20 anos" afirma Dino enquanto manifestantes rebatem: "infiltrados cometeram crimes"

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse ontem à noite (8) que a orientação dada ao novo interventor na segurança pública do Distrito Federal, o secretário-executivo da pasta, Ricardo Cappelli, é para a prender em flagrante os extremistas que continuam nas ruas, independentemente da proximidade dos participantes em relação aos quartéis.
“Faço questão de reiterar que as pessoas que participaram desses eventos, que neste momento ainda estão em flagrante, estejam onde estiverem serão presas. Se estarão na frente do quartel, perto do quartel, ao lado do quartel, pouco importa porque elas estão tecnicamente em flagrante”, afirmou.
Dino ressaltou que os vândalos acabaram de cometer crimes graves, cuja pena vai até 12 anos, no caso de golpe de Estado. “Se nós colocarmos os crimes de dano, inclusive ao patrimônio histórico, e de agressões físicas, falamos de penas que com certeza podem ultrapassar até 20 anos”, lembrou.
Secretário de Relações Institucionais da Presidência da República, Antônio Padilha, disse ter sido informado de que havia, nas invasões, terroristas com a intenção de colocar e deixar artefatos explosivos e bombas nos prédios dos Três Poderes “para afetar ainda mais pessoas”.
“Vamos agora recolher provas materiais visando a responsabilidade criminal. Sabemos que o objetivo de quem financiou esses atos não era apenas o depredar, mas de mobilizar outros atos pelo país, de forma a viabilizar um golpe que não reconhecesse o processo eleitoral. Vamos atrás de quem financia o terrorismo em nosso país”, declarou.
Infiltrados Em muitos dos diversos videos que circulam na Internet é possível perceber que vários manifestantes repudiavam - em tempo real - os atos de vandalismo praticados por extremistas.
Seja gritando palavras de ordem com "não quebra"; sentando-se à frente de vitrines para proteger objetos raros do patrimônio público nacional expostos nos palácios dos Três Poderes ou denunciando aqueles que tentavam atear fogo no congresso.
"Não somos nós. Não somos nós. A direitas não quebra", gritava uma manifestante ao se referir aos tristes acontecimentos em Brasília, ontem (8).
Essa forma distorcida do comportamento entre os manifestantes levou à suspeição por parte de alguns participantes, novamente, de ação infiltrada. Reforça essa tese o fato de que, segundo redes sociais, o ápice do manifesto que fora projetado como pacífico estava sendo preparado para esta segunda-feira (9).
Tanto que muitos ônibus e caminhões sequer chegaram a Brasília (DF) onde, segundo convites em redes sociais, haveria manifestação pacífica pela liberação do código fonte das urnas eletrônicas.