Polônia e Bulgária garantem que têm alternativas ao gás russo

Polônia e a Bulgária garantiram esta quarta-feira que conseguem continuar a fornecer gás aos consumidores apesar do corte anunciado pela empresa russa Gazprom, explicando ter alternativas e contar com a ajuda da União Europeia.
Numa declaração feita no parlamento polaco, o primeiro-ministro, Mateusz Morawiecki, assegurou que a Polónia não se sente intimidada pelo corte de gás anunciado pela Rússia e afirmou que o país está seguro, "graças a anos de esforços destinados a obter gás de outros países".
Também o ministro da Energia búlgaro, Alexander Nikolov, assegurou que a Bulgária pode responder às necessidades de gás dos consumidores, embora tenha admitido que o país só tem reservas de gás para um mês.
O grupo russo Gazprom anunciou esta quarta-feira que suspendeu todas as suas entregas de gás à Bulgária e à Polónia, dois países membros da União Europeia, por não terem feito o pagamento em rublos.
Em comunicado, a Gazprom disse que notificou a empresa búlgara Bulgargaz e a empresa polaca PGNiG da "suspensão das entregas de gás a partir de 27 de abril e até que o pagamento seja feito em rublos".
Para o primeiro-ministro polaco, o anúncio da Rússia é "uma tentativa de chantagear" a Polónia e de vingança pelas novas sanções impostas por Varsóvia contra Moscovo.
As sanções, anunciadas na terça-feira, visaram 50 oligarcas e empresas russas, incluindo a Gazprom.
A Rússia fornece cerca de 45% do gás usado pela Polónia, mas o país depende muito mais do carvão para aquecer as casas e fornecer a indústria de combustível, sendo que o gás constitui apenas 9% da energia usada.
Além disso, Varsóvia já tinha anunciado que ia deixar de comprar gás à Rússia a partir do final deste ano, uma vez que já tinha acordos com outros países, como a Noruega, para fornecimento, estando um novo gasoduto -- o 'Baltic Pipe' -- preparado para entrar em operação a partir do próximo outono.
Também o Governo búlgaro desvalorizou a decisão da Rússia, tendo o ministro da Energia garantido que o gás continuava a fluir e que o país tem abastecimentos alternativos disponíveis.
Ainda assim, referiu o ministro, "a Bulgária espera que sejam garantidas rotas e abastecimento alternativos a nível da União Europeia (UE)".