Urnas eletrônicas: estudo solicitado pelo PL ficará pronto em dezembro

O PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, contesta dados das Eleições 2022 e sugere desconsiderar votos em urnas antigas utitlizadas no primeiro e no segundo turnos. O argumento se baseia num documento elaborado por uma consultoria contratada pela legenda. O relatório obtido diz que a versão do texto é preliminar e se baseia em análise e inteligência de dados.
Embora a versão seja preliminar como o próprio relatório diz, o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar da Costa Neto, confirmou que pretende pedir a anulação das eleições, baseado em duas auditorias sobre as urnas contratadas pelo próprio partido.
Segundo o relatório apresentado pela equipe técnica do Instituto Voto Legal (IVL), por meio de Levantamento, Auditória de Conformidade, Auditoria Operacional, Inspeção, Acompanhamento e Monitoramento, mostra que há fortes indícios de interferência nos percentuais de votação dos dois candidatos, favorecendo um candidato em detrimento do outro, especialmente nos estados do Nordeste.

A imagem abaixo apresenta um exemplo de arquivo Log de Urna de uma urna UE2020, obtido no portal do TSE,pela equipe técnica do Instituto Voto Legal, exibindo um código de identificação de urna correto:

Já a imagem seguinte mostra o Log de Urna de uma urna modelo UE2015, que não apresenta o número de identificação da urna, exibindo em seu lugar, segundo o relatório, um número espúrio que invalida a vinculação do Log de Urna com a urna:

De acordo com o glossário no site do TSE, os “logs são os registros de atividade, como o histórico, de qualquer sistema. É onde se pode localizar possíveis alterações e acessos, como um histórico de atividades desenvolvidas naquele programa.”
Portanto, tal arquivo é um dos elementos primordiais para a auditoria pelos partidos políticos e “demais entidades fiscalizadoras”.
Baseados nestas informações, o IVL apresenta também a imagem de um painel de análise estatística de dados da Gaio.io com a comprovação de que são inválidos os arquivos Log de Urna de todas as urnas eletrônicas de modelos de fabricação diferentes do modelo UE2020, ou seja, modelos 2009, 2010, 2011, 2013 e 2015.

De acordo com a conclusão apresentada, os modelos de fabricação diferentes do modelo UE2020, utilizadas nos anos de 2009 a 2015, mostram um valor incompatível no lugar do valor esperado do código de identificação da urna eletrônica, tornando impossível vincular cada arquivo Log de Urna com a respectiva urna física.
Isso mostra que as Urnas Eletrônicas apresentam uma falha de funcionamento, indicando que não é possível validar os resultados gerados em todas as urnas eletrônicas de modelos 2009, 2010, 2011, 2013 e 2015, obrigando a desconsiderar a totalização das eleições no segundo turno, “em função do mau funcionamento destas urnas”, destaca o documento.
Após uma publicação do portal O Antagonista, seguida por vários outro veículos de comunicação, a legenda confirmou que a investigação está em andamento, mas o resultado da fiscalização terminará apenas no mês de dezembro.